quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Lingüística aflorada

E aí que Luiza com dois anos meio recém completados não pára a matraca. Sua espontaneidade,  naturalidade e comunicação têm dado sinais claros de evolução e a mocinha está cada dia mais extrovertida e conversadeira. A caminho do oceanário pegamos um táxi. Eu, Luiza, Clara e Ina (babá). Assim que entramos :
–Ei moço, como ‘xeu nome’?
Silencio. Ele achou que não era com ele...
– Mo-çooooooo, tô falando com você!!!
O rapaz olhou ao retrovisor e sorriu respondendo:
– Oi! amiguinha, meu nome é Porfírio.
(também... que nome foi esse?)
– ‘PÔ-FI-LO’????, exclamou a curiosa menina enquanto caiu aos risos.
– Háháhá, achou engraçado meu nome né?
– ‘Engaçado’ não. É esquisito! ‘Num viu mamãe’?
  (E me restou a cara de paisagem)
*_*_*_*

Chegando na região dos lagos na orla de Atalaia, apontei:
– Olha Lulu, os patinhos ali.
A senhorita em questão saiu correndo em direção às aves e chamou:
– Patinhooooooo, ‘olhe pá mim’, Patinhoooooooo
Não contente com os decibéis acima de média permitida para a saúde humana, ela ainda pulava e abanava os braços)
Um casal, visivelmente fantasiado de turista, achava graça e vinha em sua direção
– Olha, que lindinha...
– Ô moça, você num viu o patinho???
– Vi sim.
– Chame ele pá mim. Diga pá ele que é Lulu!
Quanta auto-confiança essa minha filha!
*_*_*_*

O arremate final foi na hora de chegar em casa. Eu e Luiza subimos o elevador com uma senhora que mora no andar de cima.
– Você vai compá pão? (indagou logo que a nova passageira entrou)
Aliás, Luiza sempre foi fissurada em pão, mas recentemente qualquer trocada de roupas para ela tem o destino certo da delicatessen mais próxima
– Não. Vou buscar uma encomenda. (respondeu a simpática senhorinha)
– É eu ‘goto’ de pão com ‘queixo’
( e continuou)
– Minha mãe num compou pão, ela só compou biscoito
OK, Lulu! Eu bem que podia dormir sem essa....

Férias sim. Descanso não!

Antes de entrar de férias desejei e planejei como seriam minhas manhãs. O plano contemplava soninhos esticados e siestas, se possível, todas as tardes. Coisas que adorava fazer antes de ser mãe e que NUNCA mais tive a oportunidade. Não! Isso não é um desabafo e nem tão pouco uma reclamação, apenas uma constatação com uma boa dose de saudade.
Enfim, entrei no meu tão desejado descanso  remunerado mas ainda não consegui realizar este simples projeto, ou melhor, de lá para cá não tive uma noite sequer com mais de cinco horas seguidas de repouso. Luiza e Clara vem praticando o revezamento noturno. As tossidinhas de uma velha gripe ainda persistem e a sinfonia da madrugada não tem sido nada agradável. Sim, esta é uma reclamação!!!!
Mesmo com o cansaço no corpo, decidi que levaria minhas crias para passeios diferentes com a mamãe.  No  meu segundo dia de recesso, nós já fizemos alguns bem interessantes, senão vejamos:
Alegria de Clarinha com os brinquedos
Segunda-feira, 1° de agosto  – Amanheceu com chuva e por isso, para fugir do bom e velho shopping, optei em levá-las a uma loja de brinquedos educativos, onde há uma brinquedoteca para visitantes. Um espaço dedicado aos pequenos, cujo objetivo é explorar toda sua criatividade. Lá encontramos teatrinhos de ‘dedoches’, casinhas de madeira totalmente equipadas com móveis igualmente rústicos, tinta guache e objetos crus para que a criança faça o acabamento final, blocos de montar que formam rostos (esse eu adorei, pois auxilia a percepção da criança para fisionomias), além de outros da minha época como corda de pular, instrumentos musicais e etc...  E o melhor: tudo acompanhado de uma educadora, que é um misto de instrutora e estimuladora. 
Lulu em momento de leitura
Terça-feira – Amanheceu com sol, aliás, muito sol. Temperatura média na capital sergipana beirou os 29°, mas a MINHA sensação térmica era de uns 35°. Mesmo assim, a mamãe estava sem coragem de encarar uma praia ( tudo culpa de uma daquelas noites em que fui deitar às 2h da manhã por causa da mais velha e acorda às 6h por causa da mais nova).  Mesmo assim, cumpri minha promessa de sair com elas. Fomos ao oceanário de Aracaju. Passeio que deixa a desejar aos adultos, mas que faz o maior sucesso entre a criançada.
Luiza e Júlia, uma amiguinha que acabara de conhecer lá mesmo. A despedida foi dramática
Luiza ficou fascinada com os peixes enormes e a tartaruga marinha. Já não posso dizer o mesmo da arraia que lhe deu um susto ao esfregar a barriga no vidro e das lagostas a quem ela chamou de ‘aranhas gigantes’.  E quem pensa que Clarinha não curtiu, está muito enganado. A cada nova aparição ela apontava o dedinho gorducho e esboçava:
 – Dêêê-Dêdê (silaba preferida e que quer dizer quase tudo do seu vocabulário)
A programação dos próximos dias ainda não está definida, mas certamente contemplará um pic-nic  (Luiza me pede isso todo dia), o parque da cidade (meio decadente, mas ainda é uma alternativa diferente sobretudo por conta do teleférico), a praia e alguns encontros com amigos. Espero que também consiga – dentro desses próximos 28 dias restantes – uma noite com um mínimo de oito horas SEGUIDAS de sono. Coisa rara para mim, mas ainda de grande valia!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Uma mensagem de amor

Lulu e a mamãe em um momento de passeio familiar
Momento de cumplicidade entre mim e Clarinha

Mãe coruja, assumida, resolvi fazer um post em homenagem às minhas filhas e relatar um pouco do que tenho sentido e vivido nestes dois anos e meio como mãe.
Afinal, quando nasce um bebê, nasce também uma mãe, é ou não é?
Sou uma pessoa naturalmente calma e poucas coisas me tiram do sério de verdade. Até costumo dizer que as vezes brigo com as meninas porque é necessário e não porque eu tenha ficado realmente chateada com o que elas, por ora, possam ter feito.
O nascimento de Luiza foi assim: tranqüilo, embora estivesse experimentando as emoções inerentes a toda mãe de primeira viagem.
As milhares de noites acordadas – um resultado dos corujões que ela adorava fazer nas madrugadas – não tiravam muito a minha paciência, mas por vezes, ficava atordoada com o cansaço e me pegava acordando assustada, sonhando que tinha derrubado minha princesinha no chão, tamanha a fadiga.

Procurei fazer o meu melhor, mas confesso que não estava preocupada em ser perfeita. Sabia que não conseguiria. Queria, é claro, ser para ela “a melhor mãe do mundo”, e neste percurso aconteceram muitas coisas especiais (e só me dei conta disso depois que a irmã nasceu).
Com o nascimento de Clarinha, tudo ficou ainda mais mágico. A cobrança não dobrou, pelo contrário, ficou menor. Curti mais a gravidez e o seu nascimento e desta vez, sabia tudo o que enfrentaria pela frente (mesmo com a noção de que cada filho é um filho e nada se repete).
Passei a observar as minhas emoções, valorizá-las, e aproveitar cada momento com mais tranquilidade. Sabia o que fazer, sentia-me segura em muitos aspectos. O segundo filho traz essa confiança que a gente tanto corre atrás quando tem o primeiro e não consegue alcançar, ainda que todos digam que você nasceu pra ser mãe.

Não que tenha me tornado despreocupada, desatenta, independente, nada disso. A experiência com as meninas me disse que o mundo já não é mais o mesmo e passei a ver a vida com um olhar mais maduro, mais sensível ao que era, de fato, importante, mais preparado para enfrentar qualquer adversidade que surgisse.
Não tenho dúvidas de que me transformei com o nascimento de cada uma delas. Amadureci, ganhei a capacidade de enxergar o que era relevante e descartar o que não valia a pena, aprendi a filtrar as coisas que lia e ouvia, fortaleci a capacidade de escutar o meu instinto, através das experiências que vivi e tentando aproveitar as oportunidades para aprender mais e errar menos nas minhas escolhas.

Assim como elas duas são muito diferentes uma da outra, eu também não fui a mesma mãe o tempo todo. Porque não tem como não mudar, não se transformar, quando se vive a experiência da maternidade por duas vezes.

Não é fácil educar duas crianças, administrar personalidades tão diferentes, tentar entender o que cada uma deseja, o que cada uma espera da vida e de tentar manter o humor e a paciência diante dos contratempos, das coisas que programamos e não dão certo. Mas confesso que com todas as turbulências que de vez em quando enfrentamos, não vou cansar de dizer que, se eu pudesse, tipo, se ganhasse na loteria, seria mãe de dez.

O dia em que Luiza e Clara conheceram o teatro

No último fim de semana, Aracaju recebeu a apresentação dos Backyardigans, Barney e seus amigos e a turma do Pooh. Sim! Era tudo junto no palco, as principais atrações da criançada. Era a primeira vez que estavam na cidade e a primeira vez de Luiza e Clara no teatro.
O espetáculo estava marcado para 17h e  nós saímos de casa às 16h20, inexperientes e inocentes, achando que estava cedo...
Uma fila enorme contornava o teatro Tobias Barreto ( o maior de Sergipe, com capacidade para 1.500 pessoas).
Na porta, empresas de animação de festas infantis montaram brinquedos infláveis, camas elásticas e pula-pula para ‘passar o tempo da criançada’ e claro, extorquir os pais acuados.
Algodão doce, balas, chocolates, chicletes e ele – Mr. Pop Corn – estavam por todas as partes. Lojas de roupas, brinquedos e escolas também marcaram presença distribuindo panfletos e bolas personalizadas, ao tempo em que mascotes comerciais animavam (ou assustavam) os menores com enormes fantasias.
Luiza nem pediu, mas achei prudente comprar um pacotinho de pipoca para entretê-la diante de tão longa fila. 
Como pessoas educadas, fomos para o final e encontramos muitos pais conhecidos com crianças igualmente ansiosas. Trocas de sorrisos gentis e solidariedade no olhar, coisa imediata!
Com umas 20 mães na minha frente, caiu uma chuva inesperada. Nuvem passageira. Mas que fez com que a fila perdesse uma pouco da sua cronologia. Os pais se perguntavam:
– Você estava aqui? Quem estava na minha frente?

Tudo bem. Nada de estresse! Afinal, era um passeio em família e o que importava realmente era o momento do encontro entre elas e os personagens.
Tudo andou rápido e entramos todos em menos de dez minutos, menos o pacotinho de pipoca. Luiza se comportou como uma lady. Não brigou pela espera, não reclamou de ter seu lanche tomado das mãos. Não se assustou com o ‘vuco-vuco’ e empurra dos portões. (Muito bem, filha! Fiquei orgulhosa de você!!!)
Lá dentro, só nos restava o mezanino, e um detalhe: da metade para cima. Muitas crianças menores de dois anos e malas ocupando cadeiras. Lotação máxima.
Luiza sentou animada, conversando sobre tudo e Clara estava super feliz, apesar  de não saber bem o que a esperava.
Ao apagar das luzes, Luiza ficou um pouco reticente, embora não tenha esboçado nenhuma reação aparente.

O espetáculo foi aberto por Patati Patata (atração não anunciada, mas que fez a alegria de pais e filhos presentes).
A coisa mais linda foi ver Clarinha batendo palminhas, abanando os bracinhos, sorrindo feliz para os pais e irmã. Já Lulu permaneceu quieta e concentrada durante todo o tempo, mas manifestou sua satisfação ao final do show:
– E aí Lulu, gostou?
Gotei muito! (Enfática)
e continuou...
– Mamãe, a gente foi para o aniversário dos Backyardigans!!!
Ela estava se referindo às músicas e palmas expressadas pelos espectadores.

Dicas para pais com crianças menores de 3 anos em uma ida ao teatro:

  1. Chegue cedo, uma hora antes. Senão correrá o risco de pegar um lugar com pouca visibilidade.
  2. Se possível, não caia na tentação dos baleiros, pipoqueiros e ‘algodões doceiros’. A criança se sujará com certeza e não poderá entrar com alimentos e bebidas naquele recinto.
  3. Leve uma malinha com água, sucos/ bebidas de caixinha para distrair os pequenos se a fome ou sede bater.
  4. ATENÇÃO. Não pode comer biscoitos no teatro, mas eles salvaram minha vida na hora em que Clarinha começou a entediar.
  5. Cante junto, grite e bata palmas. Quanto mais participar, mais feliz a criança se sentirá na sua companhia.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Umas e outras


Clara exibindo toda beleza dos seus três dentinhos inferiores

Aê gente! Clarinha ‘passou de série’. Bom, na verdade ela saiu da turminha dos bebês de colinho por que já desenvolveu habilidades como andar e morder os coleguinhas banguelos.
Mas alto lá. Ela não é uma criança mal educada. São mordidinhas de amor. Ela morde e encosta a cabecinha como se desse um abraço. É na verdade um beijinho doído e a culpa disso é da natureza que os faz coçar enquanto crescem.

* - * - * -

Entre os brinquedinhos que Clara ganhou de aniversário estava um macaquinho cujo sensor localizado na sua testa identifica a presença de pessoas próximas e ele põe-se a gargalhar rolando de um lado para o outro.

Numa dessas crises de riso do bichano, Luiza se assustou:
 – Uaaaaiii. Mamãe, o que é isso? Questionou apontando para tal criatura

–Lulu é um macaquinho. Mas não tenha medo é de pelúcia!
  Ah, mamãe, não quero o macaquinho de ‘tia Lúcia”

* - * - *

Depois de uma birra desnecessária (como se alguma fosse necessária), Luiza foi parar no castigo. Dez minutos depois resolvi que era hora de tentar uma negociação:

  – Lulu...
(cara de dengo)
  – Meu amor, quero conversar com você...
  – Eu não ‘quelo’ conversar..., afirmou manhosa
  – Certo, mas para te tirar do castigo e deixar você ir assistir seu desenho preciso antes te dizer umas coisas
  – Não quelo ver desenho, não quelo dizer umas coisas... (a manha continua latente)
 – Então o que você quer?
  – Quero pedir ‘diculpas’...

(Me derreti... Ok Luiza você venceu. Essa foi hors-concours) 
Sorriso de Lulu depois das pazes. Esse pijama ela não quer mais tirar do corpo!


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Luiza e o creme misterioso


Existe um ditado que reza: ‘quando criança está muito quieta, alguma coisa está aprontando’.
A prova concreta disso tive há poucos dias.
O pai: saiu para caminhar
A mãe: no computador trabalhando
A babá substituta: no quarto dela
Clara: dormindo
Luiza: aprontando!!!

Depois de uma temporada de silêncio no quarto de televisão, onde ela deveria estar assistindo o canal que bate recorde de repetições e sucesso entre as integrantes da família – Discovery Kids – Luiza me aparece pelada na sala e com o corpo completamente revestido por uma camada de qualquer coisa que mais parecia creme de assaduras.

– Luizaaaaaaa, o que é isso, minha filha!!!!
­–  Ráaaaaaa... é Lulu, mamãe...
 Sim... mas o que é isso que você passou no seu corpo?

Tentei me aproximar para identificar a substância misteriosa e ela saiu correndo pela casa, rindo, gargalhando, provavelmente achou que eu estava brincando de pega-pega... atividade quase extinta entre as crianças modernas, mas que ela adora!

Ao entrar no recinto da arte lá estava: chão, almofadas e sofá sujos e a arma deixada do lado: um tubo de Colgate Whitening quase vazio!!!!!!!

O desfecho foi um banho bem esfregado para tentar tirar a pasta de dentes do seu corpinho. O sofá e as almofadas não tiveram a mesma sorte e ainda carregam as marcas do ocorrido.


Olha a prova do crime no canto direito!!!

Das datas comemorativas e homenagens


Ontem, 26 de julho, fui surpreendida por uma ligação da minha mãe, bem no meio da tarde, coisa rara, sobretudo, pelo horário comercial vigente.
– Não acredito que tenho quatro netas e ninguém lembrou de me desejar feliz dia das avós! (Lamentou em tom quase dramático)
– Oh mãe, desculpe. Não foi por mal..

Para tentar me redimir da falha quase grave esperei encontrar Lulu à noite e pedi que ela mandasse um recado para a vovó, para que eu postasse no blog.

– Lulu, Mande um recadinho para a vovó... hoje é o dia dela...
– Eu vou ver a vovó? Vamos colocar a roupa para ver vovó? (Ali percebi que tinha alimentado uma esperança distante do possível, haja vista os 324km que lhes separam)
– Não meu amor. É para você mandar um recadinho para ela...
– Mamãe, eu ‘quelho’ ver vovóooooooo.... ‘quelho’ ver Cath....
  É esse o seu recado???
  QUEROOOO! QUERO!QUERO!!!!!!! (enquanto pulava e dançava ao ritmo do pedido)

Ok! Taí mãe, recado dado!!!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Na rua, na chuva, ou numa casinha de sapê...


Quando fiquei grávida de Clara, Luiza tinha apenas 8 meses. Aí surgem aquelas preocupações naturais de toda mãe: como será que ela vai reagir à presença da irmã?
Felizmente, a chegada de Clarinha foi permeada de curiosidade e carinhos. Luiza passou a tratar a nova integrante da família como o bebê dela!
Queria colocar no colo, queria dar banho, queria segurar a mamadeira, passar o lencinho umedecido no bumbum e qualquer outra atividade que fosse necessária!
O resultado disso, um ano depois, foi uma cumplicidade sem igual. O ciúme ainda não entrou no dicionário. Cúmplices, parceiras, amigas – irmãs!!!
 Na maternidade...
Em casa...
 Na alegria e na tristeza...
Os meus amores!!!

Preguiça também é hereditário?

Para mim, uma das coisas mais gostosas do dormir é a preguiça de ficar mais uns minutinhos na cama. Aquela sensação gostosa de rolar para um lado e para o outro... se espreguiçar, mesmo que tenha certeza que não vai continuar dormindo... 
O pai das crias nem se fala. Se deixar é capaz de hibernar por dias seguidos. Aliás, lá em casa a família toda  adora dar uma esticadinha no sono!(à exceção de Luiza, que chora toda vez que chega a hora de dormir)

Dia desses, flaguei Clara fazendo o mesmo. Essa é boa de cama! 
 Olha a mamãe descabelada aí gente!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Família tech - tec

O pai das crias é super conectado em tecnologia (gostou do trocadilho?) enquanto eu sou totalmente unplugged. Costumo dizer que se ele é o high tech da casa e eu a ‘jurassic Tech’.  

Não faço questão de ter um celular cheio de funções, uma televisão com milhões de polegadas e uma ultra hiper mega definição na imagem. Para mim, as funções que faço uso são encontras em qualquer aparelho celular e no caso da TV, se não tiver chuviscos já é suficiente.
Dia desses estávamos em um restaurante que tem um parquinho logo na entrada. Luiza não saiu de lá um minuto só, mas Clarinha – desta vez – não fez questão de fazer companhia à irmã.

Quem acertar ganha uma bala.... Vocês acham que ela puxou a quem????

Sem preocupações, era inofensivo


Eu, Luiza e Clara no quarto. Enquanto tentava coloca-las para dormir, a porta entreaberta fechou levada por uma pequena corrente de vento.  
O que foi isso???”, exclamou Luiza com olhos levemente arregalados.
– Isso o que? Porque ficou escuro???, perguntei
– Foi... ficou ‘esculo’...
– Foi o vento, Lulu..
– Mamãe... (pausa) mamãe...
– Oh Lulu, vamos dormir, filha...
– Mamãe, tô com medo do vento...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Doce vício

Chocolate... paixão de toda família!!!!

Ow Evelyn, lhe peço por favor que não corrompa minhas filhas e alimente ainda mais este vício!!! 
rs
 Será exagero meu??? Olha a cara da aniversariante!!!

Ei Chapolin, será que você pode me salvar???


Desde que Luiza nasceu tive que aprender a lidar com o fato de conciliar carreira versus maternidade. Como trabalho o dia todo, precisava me acostumar com a idéia de deixa-la com alguém. Á primeira vista descartei completamente a possibilidade de ter uma babá em casa. Por isso escolhi uma creche, ao estilo hotelzinho. A princípio era uma questão de necessidade.
Existem muitas na cidade, mas precisava de uma que não só cuidasse dela, oferecendo-lhe comida, banho e descanso nos seus regrados horários, mas que tivesse um papel pedagógico mesmo na sua tenra idade. Queria que estivesse em um lugar que desenvolvesse a criatividade, a psicomotricidade, o estimulo à leitura e todas aquelas coisas que todas as mães desejam para seus filhos. Mais do que isso, ansiava profundamente – mesmo sabendo que não poderia cobrar isso deles –, que lá ela aprendesse laços de amizade, confiança e respeito.
Visitei quatro estabelecimentos e não tive dúvidas sobre qual deveria escolher. Não segui indicações. Optei pela intuição e felizmente não me enganei.
Mesmo conhecendo a estrutura e seu funcionamento ainda fiquei reticente.... será que eles vão conseguir coloca-la para dormir? Será que ela vai se alimentar direito? Será que vai chorar ao dar falta da mãe? Ledo engano, ela tirou de letra e desde cedo ia para os braços das ‘tias’ sem o menor constrangimento.
Poucos meses depois, com a notícia da gravidez de Clara, não tive como evitar a presença de uma babá em casa. Afinal, com a família morando em outro estado certamente haveria um momento em que eu precisaria de um apoio extra.
Tive sorte e encontrei uma pessoa maravilhosa. Logo na sua chegada foi batizada de ‘Ina’ por Luiza. Ela já está comigo há um ano e meio. As meninas a adoram e a mãe idem!
(Ina, desculpe a sua cara nesta foto, mas não tinha outra melhor)

Mesmo assim, logo que completou seis meses optei em deixá-la na mesma creche. Desta vez não por necessidade, mas por opção. Já que ela não tem a oportunidade de estar na presença dos pais durante o dia, melhor que esteja com outras crianças, se socializando, brincando com os coleguinhas, dividindo os brinquedos, aprendendo a se relacionar e trocando mordidas.
Depois de um convívio de dois anos, estou como peru de véspera sentindo e sofrendo a dor da mudança que se anuncia. Luiza está com 2 anos e meio e a dona da creche já me alertou sobre sua ida para uma escola. Sugeriu que eu procurasse e fizesse reserva com antecedência para garantir sua vaga naquela que eu considerasse a melhor delas.
Por isso, estou naquela: - Óh céus, óh mar... Quem poderá me salvar????
Aquela da esquina de casa, uma outra que ofereça natação (que tanto desejo) ou ainda outra que tanto foi recomendada???
Pois é, estou naquela, não sei se caso ou se compro uma bicicleta....

Maternagem...

Que mãe nunca acordou no meio da noite para ver se seu filho estava respirando???
Que mãe nunca teve vontade de chorar por ter que voltar da licença-maternidade deixando-o ainda bebê em casa?
Que mãe não faria qualquer coisa só para ver um sorriso como este???

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cheirinho de perfume

Imaginem a cena:

Eu, o papai e Clarinha brincando na sala... eis que me aparece Dona Lulu:
- Vamos passar perfume Calhinha??? ( e esfregava sua mãozinha úmida na roupinha e pescoço?
Daí que a mamãe pergunta: - o que é isso Lu?
- É pefume...(responde imediatamente)
Então o papai, todo feliz e inocente quer entrar na brincadeira e sugere:
- Passa no papai também! (fecha os olhos e espera)
Luiza vai correndo até uma poça no cantinho da varanda e volta correndo com as mãozinhas úmidas novamente...
E papai deixa.

Ok! Era uma dia de garoa, mas não era chuva...
Ok. Tenho renite, sinusite e estava me recuperando de uma gripe mas ainda não perdi totalmente a capacidade de sentir cheiros
Ok. Estava inocente como o pai naquela brincadeira, mas o perfume inebriante não me fugiu aos sentidos...
Ráaaaaa... Não deu para negar, era o cheirinho fresco do xixi de Clarinha, feito minutos antes de chegarmos em casa e de ter tomado banho e trocado as fraldas.

OBS. Precisando de uma farejadora intuitiva, me procurem!!!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma singela declaração de amor

 Amar é...

De Luiza para mim:

–Mamãezinha, eu ‘se amo’ tanto, tanto, tanto,
– Minha lindona, eu também de amo, deste tantão assim ó...
– E eu mais grande que um ‘dinossolo’....

Educar não é fazer o que você gostaria, mas sim o que é necessário! É, acima de tudo, um ato de amor


Hoje bati em Luiza! Quando era pequena e ouvia dizer que um tapa dói mais nos pais do que nos filhos, não acreditava, ou não tinha dimensão do que isso representava. Mas hoje, com meus 29 anos e mãe de duas, constatei: é verdade!

Depois de uma birra daquelas que (quase) afastou minha saudade de ter um bebê novo em casa, uma enxovalhada de chutes e por fim uma mordida na mão da mamãe na hora de colocá-la de castigo, confesso que foi inevitável. Taquei-lhe um tapa estalado no bumbum!

Acredito que nenhum pai ou mãe goste de idéia de ter que bater nos seus filhos, mas há de se admitir que crianças precisam de limites e a resposta para uma birra pode ser sim uma palmada! Lá em casa, procuro manter limites bem claros e se desobedecidos as sanções podem ir da advertência, passando pelo castigo, e em última instância o velho tapa no bumbum.

Clara sempre foi uma criança muito tranqüila, e por isso, até então nunca me deu motivos para refletir sobre o tema, mas Luiza, no auge dos seus 2 anos, dona de uma personalidade ímpar, cheia de opiniões e vontades – definitivamente pede por disciplina.

Costumo dizer que, quando está bem humorada, Luiza é a mais encantadora das crianças. Doce, carinhosa, inteligente, extrovertida, sagaz, engraçada, divertida, cuidadosa, linda, fofa, gostosa.... mas se está de ‘calçola virada’... sai de baixo

Não posso como mãe justificar um escândalo dizendo que é sono ou que ela está fazendo isso para chamar atenção. Pode ser o que for! Não dá para admitir que um pai ou uma mãe fique refém de uma criança por receio de impor respeito. Não que eu seja adepta das surras ou algo parecido. O que eu legislo é a favor da vontade de uma mãe em querer ensinar seu filho sobre o que é certo ou errado.

As pessoas (os adultos também são assim) aprendem pelo amor ou pela dor. E é papel dos pais que esta lição seja passada, primeiro, em casa. Cada vez que brigo, fico triste...
Cada vez que bato, sofro por dentro... mas procuro manter a cabeça ereta e a mente firme de que educar é um ato de amor.

Voltando ao episódio... Depois da maré de silêncio que se deu no cantinho do castigo, o desfecho foi o pai enchendo-a de beijos e cócegas. De lá fomos a caminho da creche, onde entrou lépida e faceira dando beijinhos e um alegre tchauzinho de despedida.
Ao final, ela estava ótima e eu arrasada... Coisas que só uma mãe sabe e entende!
Como diz o ditado filho é como videogame, cada fase que você passa, vai ficando mais complicado!

Obs. Lulu, meu amor, um dia você vai crescer e saber que sempre desejei profundamente a sua felicidade. Muitas vezes, frustrar desejos dos filhos faz parte deste processo de amadurecimento. Os tapas serão esquecidos por você, mas ficarão marcados em mim. Te amo muito!!!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Gripe malvada, febre danada, dor de cabeça e resfriado é apracur pra curar

Quando sinto que estou gripada vou de vitamina C, no caso do maridão o que dá certo é Benegripe, mas no caso das crianças... só oração mesmo e muito líquido porque minha filhota, especialmente a mais velha tem verdadeira aversão a remédios.

Por isso, não adianta oferecer... ela irá cuspir com toda certeza!

Docinho, azedinho, sabor de frutas, ou qualquer outra espécie temperada com a finalidade de atender a este público infanto-baby não fazem sucesso lá em casa. Medicar é sempre é uma sessão de tortura.

Aliás, remédios para Dona Lulu só para as bonecas:

 – Lulu vem tomar seu remedinho
– Mamãe, não quero tomar ‘memédio’ não
– Ow filha, só esse pouquinho... assim você fica boa logo dessa gripe, vem...
– Dá pra ‘Calhinha’ (irmã mais nova sofre...)
– Mas ela está boa, não precisa tomar, Lulu está dodói e precisa
– Nãaaaaaaaooooooo.... dodói nada.... Lulu tá boaa coff, coff, coff, atchim, atchim, (nariz escorrendo ao tempo em que passa a mão e espalha o fluido virótico por todo o rosto, eca)
– Meu amor, não precisa disso, não dói e é docinho... (sinalizo para o papai ajudar a segurar a fera)
– Arrhhhhhhhhhhhhh.... não quero memédioooooooooo (coloca as mãos sobre a boca e balança a cabeça numa tentativa de sucesso de impedir a tarefa)

Enfim, conseguimos colocar todo o remédio com ajuda da seringa... missão cumprida...

– Ta vendo? Precisava disso tudo? Nem doeu...
– Não ‘piscisava’ não.... e cospe...

Pra que chorar?

Toda criança passa por uma fase em que para se expressar chora.
Quer comer... chora
Quer um brinquedo ... chora
Quer dormir... chora
Quer assistir aquele desenho favorito... chora

E assim vai. É uma forma de dizer que quer alguma coisa, mais ainda não sabe como chamar atenção e por isso... chora!!!

Luiza, como toda criança normal, também passa por isso e eu por vezes procuro mostrar que basta ela pedir com carinho e educação que eu vou entender melhor do que com berros e lágrimas.

Esta semana ela estava pulando e – sem querer, claro – bateu a cabeça no meu nariz.  Meu Deus... porque essa cartilagem dói tanto???? Segurei o grito e disse: – Ai minha filha.... poxa... doeu...

Que prontamente se virou para mim e respondeu:

– Ô mamãe... não precisa chorar né... venha aqui, vou dar um beijinho e passa...

Santo beijo... tem como não sorrir depois dessa?

Pedido atendido

Tanto que eu pedi a Deus e ele me ouviu... Clara aprendeu a andar antes de um ano. Minha intenção era que estivesse independente na sua festinha e assim não entediasse e enjoasse nos diversos braços, por onde deveria passar nesta data querida!

Agora, circula por todos os cômodos sobre os dois pés ainda levemente desequilibrados e vive dando sustos na gente. Pega no puff da sala e sai pela casa com as rodinhas em alta velocidade. Segura sua chuputa com fralda amarrada e a ponta arrastando pelo chão. Ora pisa em cima, ora pisa do lado.. E meu coração.. quanta aflição.
Se vê uma escada quer subir, se avista um objeto sobre a mesa, quer alcançar, se vê a irmã mais velha fazendo alguma peripécia quer se aproximar...

Por outro lado, a fase oral ainda não passou por isso, e está ainda mais fácil levar objetos não identificados à boca...

Socorroooo..... como é frágil esse meu coração de mãe balzaquiana.

A tal ‘Cococa’

Luiza ainda bem pequena, me pediu:

– Mamãe, quero cococa!
 A princípio fiquei aflita e procurei quem culpar pelo vício precoce do tal refrigerante de cor escura, que eu jamais tinha oferecido. Então, enquanto procurava uma resposta mais convincente retruquei:
– Que cococa, filha? Onde é que você está vendo isso?

Então, ela colocou sua perninha direita sobre a minha e num impulso subiu para meu COLO...

Ah ta...

Das noções de consumo

Todos os pais pensam em ensinar noções de equilíbrio de consumo para seus filhos. Mas existem situações em que é difícil explicar sobre a necessidade de se faze-lo.

Clarinha ganhou no seu aniversário uma média de 60 presentes. Como fazer Luiza, com apenas 2 anos e 5 meses, entender que eram TODOS de sua irmã e nenhum dela??? Venho há algum tempo mostrando a importância de dividir as coisas com as pessoas sejam amigos, primos, tios  ou com a irmã. Se trago alguma coisa da rua, vem sempre em dobro. Se faço um agrado a uma, faço à outra. E a cobrança é imedita. – E o meu, mãe???

O mesmo aconteceu no dia seguinte à festa, quando Luiza viu todos os pacotes e disparou. – Presenteeeeee... é de Lulu, mamãe???
– Não filha. Esses presentes foram do aniversário de Clarinha, por isso são dela. – E o meu??? Eu também quero...
– No seu aniversário os presentes eram todos seus. Clarinha não ganhou, mas brincou com você, não foi? Então, da mesma forma. Não se preocupe pois você poderá brincar com todos eles, pois ela lhe empresta!
– ‘Cobinado’!

Ufa...

Minha Clarinha, princesa amada

Clarinha completou um aninho e sua comemoração aconteceu no último dia 8, no Salão de festas da Associação de Moradores do Conjunto Beira Rio. Não que eu more por lá, mas o local é uma excelente opção para festas com crianças. Espaço para correr e brincar à vontade, parque, além de mesas, cadeiras e freezer já incluídos no pacote.

O tema escolhido pela mãe foi bonecas de pano. Nada mais simples, delicado e fácil para se encontrar os adereços. Encomendei as sacolinhas, as bonequinhas de cima das mesas, tudo foi decorado sem painéis, apenas elas – as próprias bonecas de pano – e bolas muitas bolas.

Na mesa dos doces, optei pelos tradicionais brigadeiro, casadinho, surpresa de uva e beijinho. Nada como a experiência de outras festas para descobrir que os pirulitos, balas, amendoins cobertos, confetes e jujubas só servem para enfeitar. Ao final do evento, estará você organizando presentes, sobras de salgadinhos e um monte de guloseimas já abertas e espalhadas cujo destino final será o lixo.

Foi uma noite linda, alegre e perfeita em todos os sentidos, apesar do grande susto que foi o desencontro de datas com o buffet. Sim, eles pensaram que a festa seria em outro dia e só descobrimos isso faltando meia hora para o grande evento. Algumas lágrimas derramadas, palpitações aceleradas, desespero e aquela frase do marido: - Os amigos vão ter que entender!
Como assim entender???? Eu não teria sequer um copo de refrigerante para servir para os convidados, é isso?

Inacreditavelmente, deu tudo certo. O buffet deu conta do recado e em apenas 20 minutos estavam todos lá com garçons servindo refrigerantes e fritadeiras na cozinha esquentando o óleo. Não sei como foi isso, mas o fato é que todos ficaram encantados com o resultado final e as crianças se esbaldaram.
Mais uma festa para não esquecer...

Minha Clarinha, princesa amada, desde que você nasceu aprendo dia a dia com você. Sua serenidade diante dos problemas (brinquedos tomados, mamadeira atrasada e fraldas sujas até que se chegue em casa), sua alegria em valorizar o que realmente importa (a presença dos pais e irmã) e o seu choro só e apenas em ocasiões extremas de dor ou sono.

Que as próximas datas sejam tão lindas e felizes quanto nossa convivência diária. Amo muito... sua mamãe.

Assim nasce um blog...

Hoje, 2 de julho, data em que minha pequenina completa um aninho, nasce este espaço para registrar o desenvolvimento de minhas duas crias (Luiza e Clara). As dores e as doçuras, os gestos de ternura e as tiradas tão singelas, tão ingênuas, tão inocentes, tão inteligentes, tão surpreendentes. É um cantinho onde – sobretudo – será semeado dia a dia afeto. O meu amor por cada uma delas, que é imenso e incondicional.

Tudo isso foi pensado para que a família e os amigos que moram distantes possam compartilhar cada conquista e cada alegria nesse (complexo) processo de aprendizagem delas com a vida (e meu como mãe). Mas também para que um dia, elas, que são as donas de tudo isso aqui, saibam que depois que nasceram tudo que fiz na vida foi colocando-as como prioridade. Tudo foi pensado com muito cuidado e dedicação, para que pudessem se desenvolver e ser pessoas felizes, íntegras, honestas, determinadas e bem resolvidas.

A elas com todo o meu amor!

Cris