E aí que Luiza com dois anos meio recém completados não pára a matraca. Sua espontaneidade, naturalidade e comunicação têm dado sinais claros de evolução e a mocinha está cada dia mais extrovertida e conversadeira. A caminho do oceanário pegamos um táxi. Eu, Luiza, Clara e Ina (babá). Assim que entramos :
–Ei moço, como ‘xeu nome’?
Silencio. Ele achou que não era com ele...
– Mo-çooooooo, tô falando com você!!!
O rapaz olhou ao retrovisor e sorriu respondendo:
– Oi! amiguinha, meu nome é Porfírio.
(também... que nome foi esse?)
– ‘PÔ-FI-LO’????, exclamou a curiosa menina enquanto caiu aos risos.
– Háháhá, achou engraçado meu nome né?
– ‘Engaçado’ não. É esquisito! ‘Num viu mamãe’?
(E me restou a cara de paisagem)
*_*_*_*
Chegando na região dos lagos na orla de Atalaia, apontei:
– Olha Lulu, os patinhos ali.
A senhorita em questão saiu correndo em direção às aves e chamou:
– Patinhooooooo, ‘olhe pá mim’, Patinhoooooooo
Não contente com os decibéis acima de média permitida para a saúde humana, ela ainda pulava e abanava os braços)
Um casal, visivelmente fantasiado de turista, achava graça e vinha em sua direção
– Olha, que lindinha...
– Ô moça, você num viu o patinho???
– Vi sim.
– Chame ele pá mim. Diga pá ele que é Lulu!
Quanta auto-confiança essa minha filha!
*_*_*_*
O arremate final foi na hora de chegar em casa. Eu e Luiza subimos o elevador com uma senhora que mora no andar de cima.
– Você vai compá pão? (indagou logo que a nova passageira entrou)
Aliás, Luiza sempre foi fissurada em pão, mas recentemente qualquer trocada de roupas para ela tem o destino certo da delicatessen mais próxima
– Não. Vou buscar uma encomenda. (respondeu a simpática senhorinha)
– É eu ‘goto’ de pão com ‘queixo’
( e continuou)
– Minha mãe num compou pão, ela só compou biscoito
OK, Lulu! Eu bem que podia dormir sem essa....