segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Vamos ao novo momento

Luiza entrou na creche com pouco mais de 4 meses. Foi doloroso ter que ir trabalhar e deixar aquele pedacinho de mim. 
Era a primeira vez que ela passaria uma tarde sem a minha companhia e isso estava ficando cada vez pior, já que eu tinha que voltar a trabalhar também no turno da manhã. 
No primeiro dia saí chorando, no segundo dia saí angustiada, no terceiro dia saí confiante. E, dali para frente, construí com a creche Primeiros Passos – e com as suas tias –  uma relação de conforto e segurança que eu não tinha com mais ninguém.  
 Por diversas vezes precisei ir à noite para algum evento de trabalho e tive que levar meu pacotinho. Sonolenta, chorosa, espevitada, com dor nos dentinhos, ou como estivesse. (E olha que a exploração do trabalho infantil é crime). Nem deu tempo de experimentar esta fase e descobri a gravidez de Clarinha. A partir dali precisei de uma babá que funcionasse full time, alguém que pudesse contar e acima de tudo confiar.
Deus em enviou Joana, que Luiza logo batizou de 'Ina'. Ela reunia todas as características que eu nem poderia sonhar: organizada, cuidadosa, jeitosa, paciente, calma, educada, disponível para viagens, solteira, sem filhos, com quase dez anos de experiência no ramo.  Tá bom ou quer mais??? Chegou antes de Clarinha nascer, passou quase dois anos comigo e está saindo bem antes do que eu gostaria, mas sua demissão tem uma justa causa: quer constituir família, quer casar, quer ser feliz.
Confesso que fiquei tão sem chão com a notícia que nem consegui desejar felicidades, sucesso na nova empreitada. Cheguei a chorar – escondido, é claro. Elenquei duas candidatas ao cargo mais importante da minha casa e elegi Tássia. Com 18 anos, carinha de 14, nenhuma experiencia com crianças,  mas muita disposição e vontade de agradar. Outra vantagem: Luiza e Clara pensam que ela tem a mesma idade, que é amiguinha contemporânea. Isso tem facilitado as coisas.
No meio deste turbilhão, começaram as aulas na escola. Clarinha com 1 ano de seis meses, Luiza com 2 anos de 11 meses. Ambas felizes com a nova escola embora para Clara tenha sido mais difícil o desapego na despedida da mamãe. Estou agora recomeçando este processo de entrega, confiança, tranqüilidade, segurança e qualidade que tinha com a creche e transferindo isso para a escola nova. E acho que estou conseguindo, aprendendo talvez.  
Meu desejo no momento da procura da escola ideal é que minhas filhas não fossem só mais uma no meio da multidão. Queria que tivessem suas identidades preservadas, respeitadas.  E foi exatamente isso que encontrei. 
Mudou a escola, mudaram as professoras, mudaram os hábitos, o horário de acordar, o horário de dormir, o caminho que fazem todos os dias. Sim elas já reconheciam o trajeto e afirmavam: - Mamãe, olha está chegando!
Para mim também mudou muita coisa: minha percepção sobre as crias, minha rotina, minhas preocupações, meu horário de chegar ao trabalho, meu horário de almoçar e uma certeza inabalável de que elas estão crescendo e que nada será como antes. Agora um novo horizonte aponta para cada uma de nós.

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