Disputa pelo colo, pelo braço e pelo abraço |
Antigamente eram comuns os casais que tinham dez, quinze e até vinte filhos. Sem a televisão, sem os métodos anticoncepcionais e quase nenhuma informação, poucos conseguiam parar no primeiro ou segundo rebento por opção.
Hoje, mãe de duas e à espera de um terceiro (a) fico intrigada imaginando a dinâmica de um casal com dez filhos. Como seria dar banho em meia dúzia? E quando todos resolvem falar ao mesmo tempo, o que fazer? Megafone? Imagine quantas noites inteiras o pai e a mãe tem por ano (pouquíssimas, é claro) com tanta criança se revezando em viroses e medo do escuro. É preciso ter muita coragem para botar tanta gente no mundo.
Tá certo que eu nunca fui capaz de entender os casais que decidem não ter filhos. E hoje (só depois de ter duas crianças) fui capaz de compreender o desejo de pais e mães que, conscientemente, planejam a terceira ou a quarta gravidez. Acontece uma coisa inesperada. Quando a gente tem o segundo filho se descobre capaz de amar mais do imaginava ser possível. E a vida fica tão melhor que dá vontade de ter mais um, e mais um, e mais um. Mas aí a gente pensa racionalmente e pára.
O terceiro filho representa mais que o terceiro dependente no plano de saúde ou mais um lugar à mesa de jantar: o terceiro filho não cabe em carros populares (não há espaço para instalar três cadeirinhas), nem em boa parte dos apartamentos (com três quartos, o dos pais e mais dois, para duas crianças) ou no bolso dos pais (a maioria das escolas particulares dá 10% de desconto na mensalidade do segundo filho e a partir do terceiro, apenas 5%).
Mesmo assim, e diante de qualquer outro argumento que possa surgir, eu lhe digo com toda pureza da minha alma: um é pouco, dois é bom e três... é ótimo!!! Se a despesa vem em triplo, o amor, os abraços, os afagos, as surpresas, as satisfações e as alegrias também vem em progressão geométrica. Muito em breve, poderei dizer faço parte do seleto grupo de pessoas que optaram em ter mais filhos do que mãos.